sexta-feira, 19 de abril de 2013

A Revolução Russa de 1917

Bandeira da Revolução erguida por um revolucionário. A foice e o martelo os e camponeses na conquista do Estado.

A RÚSSIA ANTES DA REVOLUÇÃO:
A Rússia na época da monarquia era considerada o país mais extenso da Europa, mas que tinha um império economicamente atrasado que era governado pelo Czar, conhecido como Nicolau II. A economia russa era essencialmente agrícola e a maioria de sua população composta por camponeses, por pobres e os sem-terra. E além dessas duras condições de vida, os russos enfrentaram uma derrota militar.
Em 1905, a Rússia perdeu a guerra com os japoneses, e a derrota e a miséria da população russa refletiram a incapacidade e corrupção que reinava no império. Por conta disso, o governo enfrentou manifestações populares como guerras e motins onde morreram milhares de pessoas.
As ideias socialistas que se espalhavam pela Europa chegaram na Rússia e trouxeram uma nova ideologia frente a classe dos operários surgida após uma rápida tentativa de industrialização no país.
A participação da Rússia na 1° Guerra Mundial foi um fracasso, visto que o país estava totalmente despreparado em meio à crise política, econômica e a falta de desenvolvimento bélico. E como resultado, a Rússia somou uma série de desastres militares que somados a situação dos operários mal pagos, de camponeses miseráveis, e do colapso da economia gerou uma grande revolta na população civil.
Em março de 1917, as greves e as revoltas receberam o apoio de tropas do exército que obrigaram a Czar a abdicar.

A REVOLUÇÃO:
O novo regime político da Rússia convocou uma Assembleia Constituinte, chefiada por Kerensky que deu direito de voto a toda população, mas o governo provisório fracassou e foi se tornando impopular, por causa da insistência da Rússia em continuar a guerra contra a Alemanha e a falta de solução para os problemas econômicos, sociais e políticos da Rússia. Para derrubar a monarquia, aliaram-se burgueses, camponeses, operários e a nobreza liberal.
Nessa época, os operários estavam organizados nas grandes cidades e queriam uma revolução que significasse uma ruptura política e social que ganhasse uma nova ordem na Rússia. Uma das formas de organização dos operários e soldados era os sovietes, um conselho de livre participação e difusão de ideias revolucionárias. A maioria dos sovietes pertencia ao partido social democrático conhecido como Bolchevique, liderado por Lênin, que significava maioria e incluía a maior parte da população russa, e defendia propostas radicais como a ditadura do proletariado. A minoria era conhecida como Menchevique, nome dado a outro partido que incluía a burguesia liberal e era liderado por Kerensky.
Baseado nas ideias de Karl Marx, Lênin defendia o fim da guerra da Rússia com a Alemanha, a distribuição de terras para os camponeses e o fortalecimento dos sovietes, além do fim da propriedade privada e nacionalização dos bancos e indústrias.
Em outubro de 1917, a guarda vermelha criada para ser o braço armado dos Bolcheviques ajudou o movimento a derrubar o governo de Kerensky. Lênin assumiu o poder e tomou medidas radicais para a implantação do comunismo na Rússia. Em seu governo, Lênin confiscou as terras da aristocracia e da igreja, aboliu a propriedade privada dos meios de produções como terras, minas e fábricas e colocou o comércio exterior e o sistema financeiro sobre controle do Estado.
Em março de 1918 o governo russo assinou paz com a Alemanha, perdendo a Polônia, Finlândia, os países Bálticos e a Ucrânia, e em seguida iniciou-se uma guerra civil no país.
Os monarquistas, a burguesia e os setores derrotados pelos Bolcheviques combateram o novo governo de Lênin. Estes ficaram conhecidos como os brancos, que enfrentaram os partidários do governo comunista chamados de vermelhos. Os brancos possuíam o apoio da burguesia, dos mencheviques, dos países capitalistas preocupados com a repercussão da revolução comunista (Inglaterra, França e Japão).
A vitória dos revolucionários russos representou o surgimento do primeiro Estado Socialista baseado nas doutrinas de Marx e Lênin.

Vitória dos vermelhos (Bolcheviques).

No campo, os médios proprietários foram acusados de trair a revolução e executados. A divisão de terras e a formação de cooperativas (kolcoses) não aliviou a fome que atingia parte da população. Ao assumir o Estado, Lênin enfrentou uma forte crise econômica e com isso acabou criando a NEP - Nova Política Econômica, que consistia em uma série de reformas de caráter capitalista e modernizador com o objetivo de acabar com o que ainda restava da economia feudal na Rússia. Ao final Lênin pretendia utilizar os lucros capitalistas para o investimento no Estado Socialista cunhando a expressão: “um passo para o capitalismo, dois para o socialismo”.
Em 1922, foi criada a URSS (União de República Socialista e Soviética).
Além de Lênin, o partido comunista tinha dois outros líderes disputando o poder (Trotsky e Stalin).Trotsky acreditava que a revolução comunista só seria sustentável se ela se tornasse internacional, enquanto Stalin defendia o fechamento da revolução no plano nacional para fortalecer o desenvolvimento interno, o que chamava de “socialismo em um só país”. Stalin venceu a disputa e assumiu o governo após a morte de Lênin em 1924.
Em 1929 Stalin subiu ao poder optando pela nacionalização da economia. Os kolcoses, que eram propriedades coletivas de produção, onde parte desta produzida pelos camponeses iria para o Estado, passou a ser um dos recursos capitalizados pelo governo para o investimento também na indústria pesada.
Em 1933, foram criados por Stalin os Planos Quinquenais para o investimento na indústria pesada, onde o Estado planejava e direcionava aos setores político, social, e econômico para o crescimento industrial e autonomia econômica.
O governo de Stalin foi marcado pela tortura, perseguição aos bolcheviques e criação dos campos de concentração, uma ditadura onde a sociedade não possuía direitos, participação política ou liberdade de expressão.
Assim, iniciou-se o socialismo na URSS.

Texto escrito por Carol

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.

O Partido Socialista era composto de duas correntes com diferentes ideias a respeito de como os operários tomariam o poder da Rússia: Os bolcheviques e os mencheviques. A partir desta informação podemos afirmar que:

I- Os bolcheviques achavam que se deveria formar um partido capaz do organizar a classe operária e instaurar a ditadura do proletariado através da luta armada.
II- Os mencheviques acreditavam que deveria formar um grande partido de massas, incluindo a burguesia, e participar das atividades políticas.
III- Lênin era o líder dos mencheviques e Kerensky dos bolcheviques.
IV- Bolchevique significa maioria e Menchevique significa minoria.
V- Os mencheviques conseguiram impor suas ideias e conduziram a Revolução Russa.

Após analisar as proposições acima assinale a alternativa correta:

a) Apenas a alternativa I é correta.
b) Apenas a alternativa II é correta.
c) Apenas a alternativa III é correta.
d) As alternativas I e III estão corretas.
e) As alternativas I, II e IV estão corretas.

GABARITO – Letra E.

Site de pesquisa:

A Primeira Guerra Mundial (1914/1918)

ANTECEDENTES:
O Imperialismo foi um antecedente que justificou à Primeira Guerra, pois a concorrência econômica dos países europeus envolvia também a disputa por colônias na África e na Ásia, gerando divergências e rivalidades entre os principais países do continente Europeu (exemplo: Alemanha, Itália, Inglaterra e França).
Ao longo do século XIX, consolidou-se na Europa a ideia de que os povos que possuíam a mesma língua, mesmos costumes e as mesmas tradições formavam uma nação, e que toda a nação tinha o direito de viver de maneira autônoma em um Estado independente. Essa concepção recebeu o nome de nacionalismo. O ultranacionalismo presente na época separava diversos países europeus e criava um clima de tensão e hostilidade. Esta tensão se acentuou com a corrida armamentista, ou seja, a disputa pela fabricação de armas potentes.
A França e Alemanha tinham outras rivalidades. A França tinha perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco-Prussiana. O que acabou despertando o revanchismo francês.
Devido a este clima de tensão e grandes rivalidades no continente europeu, criaram-se políticas de alianças entre os diferentes países deste continente.
A Inglaterra, senhora dominante dos mares, da indústria e do comércio europeu da época, passou a ter problemas com a Alemanha devido a sua rápida industrialização, principalmente devido à dominação da região Alsácia-Lorena (rica em carvão mineral). Os alemães competiam diretamente com os ingleses, tornando-se um concorrente preocupante para os ingleses.
O Império Autro-Húngaro, devido a enorme quantidade de povos distintos em seu território sofria com o problema das nacionalidades, principalmente dos sérvios, que pretendiam se separar do Império Austro-Húngaro e juntos construírem a Grande Sérvia.
A Rússia, por sua vez, defendia o pan-eslavismo, um desejo de unir todos os povos eslavos da Europa com o Império Russo para que assim pudesse ter acesso ao Mar Mediterrâneo.

Europa: divisão política em 1914 e a Primeira Guerra Mundial

POLÍTICA DE ALIANÇAS E PAZ ARMADA
A hostilidade entre as nações, disputas hegemônicas e políticas acentuadas pelo militarismo e nacionalismo, acabou dando origem a dois grandes blocos de países: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente.
A Alemanha se uniu ao Império Austro-Húngaro e a Itália formando, em 1879, a Tríplice Aliança. Já em 1907, A Rússia, França e Inglaterra formaram a Tríplice Entente.
A ausência de conflitos no final do século XIX até 1914 gerou um período chamado de Paz Armada. Momento em que não houve conflitos, porém os países aliados criaram políticas de mobilização e incentivo à população civil a se alistar no exército através de propagandas patriotas e nacionalistas; gerando uma preparação interna para qualquer guerra que poderia emergir, onde as nações armaram-se e aceleraram seu desenvolvimento bélico.



  
 Cartazes nacionalistas acima incentivam o alistamento militar durante a Primeira Guerra Mundial. Tradução (da direita para esquerda): “Mulheres da Grã-Bretanha dizem – VÁ!” “Seu país precisa de VOCÊ”.

É GUERRA!
Perante todas as ambições dos países europeus, ocorreu um assassinato ao arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Áustro-Húngaro, e da sua esposa, na cidade de Saravejo (1914), realizado por um nacionalista sérvio. Sua morte pode ser considerada a causa imediata da guerra.
A Rússia se posicionou a favor dos sérvios e a Alemanha logo declarou guerra ao Império Russo e a França, e posteriormente, Itália e Inglaterra também entraram na guerra.

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA MORTE
A Primeira Guerra Mundial estimulou o desenvolvimento de máquinas com alto poder letal. Algumas armas, como as metralhadoras e granadas, já existiam desde o século XIX, mas foram aperfeiçoadas nesse grande conflito. Outros armamentos, como os tanques de guerra, foram utilizados pela primeira vez. Foi um período de muito desenvolvimento bélico, contando com armas terrestres (supracitadas), armas navais (submarinos e couraçados) e aéreas (aviões de guerra).

DURANTE A GUERRA:
O início da guerra em 1914 foi caracterizado pela movimentação de grandes exércitos. As vitórias e derrotas de ambos os lados demonstraram o equilíbrio de forças.
Já entre 1915 e 1916, o equilíbrio de forças resultou em uma guerra de trincheiras, transformando a primeira guerra mundial em um conflito lento. Em 23 de maio de 1915, a Itália rompeu com a Alemanha e entrou na guerra ao lado da França e da Inglaterra, já que os italianos não tinham condições e nem interesse em acompanhar a atitude ofensiva da Alemanha.
Enfim, de 1917 a 1918, ocorreram dois acontecimentos importantes: a Rússia saiu da guerra devido a uma crise econômica interna e uma enorme revolução no país, que instalou um regime socialista, a chamada Revolução Russa e o fato da entrada dos Estados Unidos na guerra, apoiando a Tríplice Entente, mudando todas as direções. A Alemanha que se encontrava em vantagem e Inglaterra e França em posições deploráveis mudaram seus rumos com a entrada dos EUA, que passou a fornecer ajuda militar, alimentos e remédios, reerguendo a Tríplice Entente. Já a Alemanha entrou em uma fase de sucessivas derrotas até culminar no fim da guerra.
Em 1918, derrotadas, a Áustria-Hungria e a Alemanha foram obrigadas a assinar o armistício, ou seja, o acordo pelo fim definitivo da guerra.

CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA:
A guerra gerou, aproximadamente, 10 milhões de mortos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias e disseminou a Gripe Espanhola pelo mundo inteiro.
Além disso, os combates introduziram novas tecnologias militares, como armas de gás, tanques e aviões.
Os Estados Unidos se beneficiou com a guerra. O país lucrou com os juros dos empréstimos de ajuda aos países devastados. Assim, se tornou uma grande potência mundial.
As mulheres começaram a conquistar maior parcela no mercado de trabalho. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, elas trabalhavam nas indústrias bélicas e outros setores.
Temendo um novo conflito, as nações vencedoras obrigaram as nações derrotadas a assinar uma série de tratados. O mais conhecido foi o Tratado de Versalhes.

TRATADO DE PAZ:

Os 14 pontos de Wilson (presidente dos Estados Unidos, na época) para a paz:

1) "Acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta;
2) Liberdade dos mares;
3) Eliminação das barreiras econômicas entre as nações;
4) Limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança";
5) Ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas;
6) Evacuação da Rússia;
7) Restauração da independência da Bélgica;
8) Restituição da Alsácia-Lorena à França;
9) Reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis";
10) Desenvolvimento autônomo dos povos da Áutria-Hungria;
11) Restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia;
12) Desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente";
13) Uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e
14) Uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países.


O Tratado de Versalhes foi um conjunto de medidas impostas pelas nações vencedoras à Alemanha, em especial. Por este tratado, a Alemanha foi responsabilizada pela guerra e obrigada a aceitar uma série de punições. Ela teve que ceder parte de seu território e colônias a países como França, Inglaterra e Bélgica, devolver a Álsácia-Lorena à França e as minas de carvão da bacia de Sarre, indenizar os países vitoriosos, reduzir seu exército a 100 mil homens, e ainda foram proibidos de produzir canhões, aviões e artilharia antiaérea. Os submarinos e navios mercantes de guerra também foram entregues à Inglaterra, França e Bélgica.
Este tratado pós Primeira Guerra deixou a Alemanha arrasada em muitos meios (econômicos, bélicos, etc.) mas, principalmente, humilhada. O que fez com que florescesse o sentimento de revanchismo nos Alemães, fazendo com que os mesmos se fechassem, e se reestruturassem seguindo a filosofia nazista, culminando na Segunda Guerra Mundial.

Texto escrito por Angélica Tinoco.

APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS: TELE AULA:






APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR

1. (G1) Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque:

a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra.
b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas).
c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as potências européias tiveram suas economias arrasadas após o conflito.
d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início do século.
e) se manteve afastado do conflito direto com as potências européias, concentrando seus esforços no desenvolvimento interno.

2. (Unirio) Dentre os fatores que conduziram à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), destacamos o(a):

a) nacionalismo eslavo aliado à desagregação do Império Turco.
b) acordo militar anglo-germânico visando à partilha da África.
c) desequilíbrio internacional provocado pela aliança da Rússia com o Império Austro-Húngaro.
d) descontentamento da França frente à ocupação no Marrocos.
e) oposição do Imperador Francisco Ferdinando à admissão da Sérvia no Império Austro-Húngaro.

QUIZ ON LINE:
Acesse este site para encontrar o quiz sobre Primeira Guerra Mundial e teste seus conhecimentos. No próprio site você encontrará gabarito.

GABARITO:
1) C
2) A

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Livro “História – Ser Protagonista” Volume Único, Ensino Médio, Editora SM.
Caderno de história da aluna Angélica Tinoco
Power Point elaborado pela professora Clarissa F. do Rêgo Barros.
Sites de Pesquisa:

Manifestações culturais: Humanismo, Renascimento, manifestações artísticas, filosóficas e intelectuais

ANTECEDENTES:
Como alternativa às crises (fome, Peste Negra e guerra) da sociedade européia nos séculos XV e XVI, a expansão marítima e comercial possibilitou para os europeus novas fontes de matéria-prima, mercadorias através do oceano Atlântico. Além disso, permitiu um intercambio cultural, que colaborou para a mudança do pensamento europeu. Devido a essa troca de conhecimento, novos valores começaram a emergir na sociedade, principalmente nas cidades italianas, que eram marcadas pela religiosidade e pelos dogmas da Igreja.

CONCEITO DE RENASCIMENTO:
Esta expressão foi cunhada pelo critico de arte Giorgio Vassari em 1550, para conceituar ideias de despertar, de regeneração, de ressurreição, presentes nas artes que marcavam a passagem da Ide Média para Idade Moderna.
“(...) o Renascimento foi um movimento, uma revivificação das capacidades do homem, um novo despertar da consciência de si próprio e do universo – um movimento que se alastrou pela Europa Ocidental e que, pode-se dizer, durou mais de dois séculos. Foi entre 1400 a 1600 que dominou plenamente.”(SINCHEL, Edith. O Renascimento.)
O Renascimento foi um movimento artístico cultural, que incentivou a ciência e o pensamento racional, ocorrendo de forma mais expressiva na arte, este movimento teve como inspiração arte clássica e a cultura greco-romana. O berço deste movimento foi na Itália.

MOVIMENTO HUMANISTA:
Desde o século XVI, era perceptível a insatisfação por parte dos estudiosos com as concepções hierárquicas e dogmáticas dos valores culturais defendidos pela Igreja. Os humanistas tinham por objetivo principal a valorização do ser humano e a defesa do saber, como forma de romper com os ideais medievais, o que determinou a defesa de ideias como:

Classicismo: voltou-se para a Antiguidade Clássica, retomando os valores greco-romanos. Procuravam espelhar a estética da antiguidade nas obras. Eles pretendiam renascer essa cultura que estava desaparecida durante o período medieval, denominado “Idade das Trevas”. 

Antropocentrismo: o oposto do teocentrismo medieval, que falava que Deus era o centro do universo. No antropocentrismo, o homem era o centro do universo, sendo independente de Deus. 
Racionalismo: o crescimento científico da época, levou à rejeição das interpretações dogmáticas da Igreja e valorização da razão. Só então, poderia tomar algo como verdade mediante aquilo que o homem compreendia a partir do seu intelecto. 
Individualismo: afirma a liberdade do indivíduo, principalmente perante à sociedade e ao Estado. Contrapunha-se ao coletivismo da sociedade feudal medieval. 
Naturalismo: integrava o homem a natureza, aproximando-o do Universo. Procurava superar o místico e o sobrenatural. 
Hedonismo: busca pela beleza existente no próprio homem e na natureza. Prazer individual como o único bem possível.

Tais ideais se tornaram características centrais do Renascimento e podem ser observadas nas obras da maioria dos artistas da época.

“David” 1504; Michelangelo Buonarotti. Ao retratar David nu, Michelangelo agrega em sua obra todos os conceitos do Renascimento, colocando o homem como temática central da obra de arte.
Fases do Renascimento
Trecento: século XIV – 1301-1400
Quatrocento: século XV – 1401-1500
Cinquecento: século XVI – 1501-1550

PIONEIRISMO ITALIANO:

1.      A intensa circulação comercial:
A abertura do Mar Mediterrâneo impulsionou o desenvolvimento econômico, social e cultural através da ampliação das relações comercais, que se operaram nas principais cidades italianas, tais como: Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma.
2.      Mecenato:
O desenvolvimento do comércio nos grandes centros mercantis destacados acima, gerou riquezas na região que tornou possível o surgimento de mecenas, indivídus que patrocianavam as produções artísticas e científicas. Os mecenas eram compostos por membros da aristrocracia e o clérigo. Famílias mais importantes no patrocínio foram: os Médici de Florença e os Sforza de Milão.
3.      As ruínas e monumentos da antiga Roma:
Os vestígios da antiga civilização romana em toda Itália foi uma fonte de inspiração e estímulo para os astístas do Renascimento. Herdeiros de tradições greco-romana, sábios bizantinos foram atraídos pela riqueza das cidades italianas, que assim possibilitaram o acesso a elementos da cultura do Mundo Antigo.

ALGUNS DOSPRINCIPAIS ARTÍSTAS DO RENASCIMENTO:

Leonardo da Vinci (1452-1519)
Contribuiu para o desenvolvimento de várias áreas do conhecimento, como: arquitetura, engenharia, anatomia, cartografia, física, pintura, entre outros. 

 
Gioconda “Mona Lisa” 1503 – Leonardo da Vinci

Michelangelo Buonaroti (1475-1564)
Considerado o “gigante do Renascimento”, Michelangelo foi escultor e pintor. Suas obras exprimem a dor e paixão, elevando bastante o caráter estético do movimento.

 
“A Criação de Adão – Michelangelo Buonarotti; 1511

O RENASCIMENTO ALÉM DA ARTE:
Houve também o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, como física, matemática, astronomia e biologia. Explicações para fenômenos do universo e da natureza deveriam ser feitos a partir da observação, criação de hipóteses e uso da razão. Dessa maneira, o empirismo ganhava destaque.
Abaixo estão alguns dos grandes pensadores do período Renascentista:

Nicolau Copérnico (1473-1543):
Formulou a teoria do heliocentrismo, que dizia que o Sol era o centro do Universo e que outros astros, inclusive a Terra, giram ao seu redor. Ele renegava o geocentrismo (Terra como centro do Universo), teoria formulada na Antiguidade e que era defendida pela Igreja.

Galileu Galilei (1564-1642):
Formulou as leis do movimento dos corpos, onde a aceleração dos corpos em queda é a mesma, independente de sua massa.

Erasmo de Roterdã (1466-1536)
Buscou esclarecer questões religiosas. Em seu livro, “Elogio da loucura”, chegou a denunciar alguns abusos da Igreja e a imoralidade do clero.

Johann Kepler (1571-1630):
Percebeu que os astros realizavam movimento elíptico e não circular.

Johann Gutenberg (1400-1468):
Contribuiu para a propagação do Renascimento, aperfeiçoando o processo de impressão . A partir disso começaram a ser produzidos livros em maior escala, nas línguas regionais o que possibilitou o maior acesso aos ideias.

Algumas obras notáveis do período
·        Dom Quixote de la Macha, Miguel Cervantes
·        Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões
·        Davi, Michelangelo
·        O Príncipe, Nicolau Maquiavel

Texto escrito por Thayane Lucas.

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.
1- (PUC) O Renascimento, engendrado no contexto da crise geral do final da Idade Média, foi um processo de intensa renovação cultural. Sobre o Renascimento pode-se afirmar que:

a) ao garantir a participação do povo no movimento, conseguiu aproximar a arte popular da erudita.
b) frustrou a burguesia emergente em seus objetivos de ascensão social e poder político.
c) se propagou rapidamente pela Europa, mantendo as mesmas características em todos os lugares.
d) significou uma brusca ruptura com a religiosidade tradicional da Idade Média.
e) teve no racionalismo um de seus elementos definidores.

2-(UFRJ) "Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. Na principal destas, a pintura do teto e das paredes é mais ou menos igual, umas grinaldas de flores miúdas e grandes pássaros que as tomam nos bicos, de espaço a espaço. Nos quatro cantos do teto as figuras das estações, e ao centro das paredes os medalhões de César, Augusto, Nero e Massinissa, com os nomes por baixo... Não alcanço a razão de tais personagens."
(Assis, Machado de. "Dom Casmurro". ln: OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1971. P.809-10. V.1)

"A exuberante e fantástica fachada da cartuxa de Paiva - o monumento da Itália que os franceses mais admiraram -, verdadeira festa de mármores e esculturas, fornece o melhor exemplo da fantasia com que o Renascimento italiano utilizou, por vezes, o vocabulário artístico dos Antigos. Medalhões com os imperadores de Roma ou com reis do Oriente, cenas alegóricas ou mitológicas, grinaldas, pilastras finamente cinzeladas, ramagens estilizadas, aves diversas recobrem a parte inferior que é do fim do século XV"
(Delumeau, Jean. A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO. Lisboa, Editorial Estampa, 1984. P.106. V.1)
Os medalhões que Dom Casmurro (o personagem narrador criado por Machado de Assis) não compreendia eram ecos remotos do início da Era Moderna. A "redescoberta" da Antigüidade Clássica foi um traço marcante do Humanismo, também caracterizado pela percepção de que o homem tinha o poder de aprimorar a si mesmo e de interferir na natureza e na História. O ideário humanista contrapunha-se diretamente a valores medievais consagrados.

a) Aponte duas razões importantes para a disseminação do Humanismo pelo continente europeu.

GABARITO:

1) E
2) a) O incremento das trocas comerciais entre os centros dinâmicos da economia continental (Antuérpia, Lisboa, Veneza, Gênova e Paris, por exemplo), processo concomitante ao surgimento de uma nova classe (a dos burgueses), ao Mecenato e à invenção da Imprensa.
BIBLIOGRAFIA:
Livro: História geral e do Brasil (editora: scipione; autores: Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo)
Livro: Ser Protagonista – História – Volume Único
Site de pesquisa
http://isaquelsilva.com/util/Ebook/Primeiro_Ano/Historia/UNIDADE5/CAPITULO16/data/pages/2.swf

A Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica

A REFORMA PROTESTANTE

A Reforma Protestante foi um movimento religioso de contestação à Igreja Católica, que resultou na fragmentação da unidade cristã e na origem do protestantismo.
Durante o século XVI, no processo de difusão da Reforma Protestante, houve uma grande diversidade entre os movimentos religiosos reformadores. Ao mesmo tempo em que compartilhavam pontos em comum como a crítica e ruptura com a Igreja Católica, os grupos protestantes se diversificaram, espalhando-se por diferentes regiões da Europa e defendendo doutrinas distintas.
O contexto histórico que justifica o surgimento de críticas à Igreja Católica está em ações que a afastavam da atitude religiosa, apontando para um interesse maior deste setor na economia e na política. A Igreja cobrava impostos da sociedade, muitos padres e religiosos descumpriam os celibatos e ganhavam cargos por nomeação, as indulgências justificavam a compra do perdão e uma vaga no céu, e o papa colecionava relíquias religiosas. Além disso, a Bíblia escrita em latim dificultava a compreensão e leitura da população comum, ficando restrita entre os religiosos. Mesmo que a grande maioria da população fosse analfabeta, a frequência na Igreja era um ato obrigatório, no entanto as missas realizadas em latim dificultavam a compreensão dos sermões pela maioria da população.
As ideias que surgiram com o Renascimento, que criticavam o teocentrismo, repercutiram em um olhar diferente sobre as ações da Igreja Católica. Os humanistas contestavam o domínio cultural do clero, o que contribuiu para o surgimento de ideias revolucionárias.
No início do século XVI, na Alemanha, Martin Lutero (1483-1546), então padre da Igreja de Wittenberg, acreditava na importância da tradução da Bíblia como forma de difundir a palavra de Deus. Com isso, Lutero desqualificava a Igreja como instituição que poderia explicar e esclarecer a bíblia. Esta ideia abriu as portas para que Lutero passasse a refletir sobre os demais comportamentos da Igreja Católica formulando críticas que questionavam a compra do perdão pelas indulgências, a hierarquia eclesiástica e falta de estudo da maioria dos clérigos.

 
Imagem de Martinho Lutero

Criticando a teoria da predestinação da alma e defendendo a salvação pela fé, Lutero m 1517 fixou na porta da Igreja de Wittenberg as “95 teses”, esperando ao tornar suas ideias públicas e receber o apoio do papa. Seu objetivo era que com as criticas a Igreja se reformasse, porém a atitude do papa foi de censura as ideias de Lutero. Em 1520 o papa Leão X excomungou Lutero sob acusação de heresia, Em 1521, o Imperador católico Carlos V solicitou a presença de Lutero na Dieta de Worms, onde foi absolvido e refugiado no Castelo de Wathburg. Neste período Lutero inicia o processo de tradução da bíblia do latim para o alemão. Lutero manteve suas crenças e suas ideias chegaram aos camponeses onde tiveram inicio uma série de conflitos.
Lutero na Dieta de Worms.

Camponeses liderados por Thomas Muntzer, conhecidos como anabatistas, criticavam a obrigatoriedade do batismo aos o nascimento. Para eles o batismo deveria ser uma decisão mais madura, o que para Igreja era heresia. Os homens não batizados, segundo a religião católica não obtinham a salvação. O movimento radical de Muntzer foi criticado por Lutero, e contido. Os exércitos Sacro Império germânico acabaram com a rebelião.
Lutero contava com o apoio de parte da nobreza, o que evitou que Lutero fosse levado pela Inquisição e condenado à morte. O apoio da nobreza em parte se deu pelo fato da ideologia protestante considerar que qualquer um pudesse difundir a palavra de Deus e criar a sua própria Igreja. Esta ideia foi utilizada por muitos monarcas como forma de reforçar o poder absolutista e dominar ao mesmo tempo a Igreja e o Estado.
Em 1555 foi decretado a Paz de Augsburgo, onde cada príncipe pode ter o direito de escolher sua religião, bem como seus súditos.
Abaixo seguem os fundamentos doutrinários da Igreja Protestante:
·        Escrituras sagradas como único dogma e religião;
·        Fé como única fonte de salvação;
·        Supressão do clero regular, do celibato e das imagens;
·        Livre interpretação da bíblia;
·        Cultos feitos em idioma nacional e não mais em Latim;
·        Submissão da Igreja ao Estado;
·        Dois Sacramentos: Batismo e Eucaristia.

O CALVINISMO:
Ocorrido com o desdobramento da Reforma Luterana, o movimento Calvinista foi uma das principais religiões surgidas durante a Reforma Protestante. O teólogo francês João Calvino (1509 – 1564) foi um dos responsáveis pela expansão do pensamento reformado na Suíça que logo se desenvolveu na Europa.

João Calvino (criador da teoria da Predestinação Absoluta)

Segundo Calvino, o principio da predestinação absoluta seria o responsável por explicar o destino dos homens na terra. Tal princípio defendia que de acordo com a vontade de Deus, alguns escolhidos teriam direito à salvação eterna a partir do trabalho que conduziria a uma vida materialmente próspera. Este ideal atraiu muitos burgueses, que durante a hegemonia católica eram considerados pecadores por crime de usura e pela ambição econômica. Alguns dos fundamentos doutrinários do calvinismo são: os dogmas estavam baseados no cristianismo, possuem apenas dois sacramentos o batismo e a eucaristia, e Condenavam a adoração a imagens. Esta doutrina encontra-se alicerçada espiritualmente no capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho.

ANGLICANISMO
Esse movimento reformista se iniciou na Inglaterra, quando o rei Henrique VIII (1491 – 1547) rompeu com a Igreja Católica e declarou a autonomia da igreja Inglesa.
O monarca e a Igreja já tinham uma relação pouco harmoniosa quando, no ano de 1527, o rei inglês exigiu que o papa anulasse seu casamento com a rainha espanhola Catarina de Aragão. O papa Clemente VII resolveu não atender as súplicas do monarca britânico, devido ao tio de Catarina, o rei Carlos V, estar auxiliando a Igreja contra os avanços dos Luteranos. Inconformado com a indiferença papal, Henrique VIII decidiu então, anular a autoridade da Igreja Católica na Inglaterra. Surgia assim, a Igreja Anglicana, em 1534.

A CONTRARREFORMA OU REFORMA CATÓLICA:

Em resposta à Reforma Protestante, a Igreja Católica teve que passar por reformas para não perder ainda mais fiéis. O movimento da Contrarreforma foi a resposta da Igreja ao aparecimento de novas religiões. O papado viu o poder territorial e influência religiosa diminuírem frente as críticas e ao surgimento das novas igrejas protestantes, daí a necessidade de uma resposta urgente.
Desde o início das reformas Protestantes, a Igreja Católica procurou frear o movimento. Os protestantes eram perseguidos, sobretudo nas monarquias em que a Igreja estava mais presente, como Espanha, Portugal e França. Basta lembrar que Lutero foi excomungado e João Calvino teve que de abandonar a França e ir para Genebra. Nos locais onde os protestantes haviam se estabelecido (Inglaterra, Escócia, Holanda, Suíça, regiões central e norte do Sacro-Império e norte da Europa – Suécia, Noruega e Dinamarca), os católicos também não eram bem vindos, o que facilitou a difusão do movimento em oposição a Igreja. Neste sentido a reforma católica possuiu o objetivo de reforçar os dogmas e reformar algumas atitudes que a prejudicavam.
A Companhia de Jesus foi uma das ordens religiosas criadas nessa época pela Igreja Católica que tinha o objetivo de recuperar antigos fiéis católicos perdidos para o protestantismo ou paganismo. Em pouco tempo, os Jesuítas (nome dos membros da Companhia de Jesus) já haviam se disseminado pela Europa.

Inácio de Loyola (escritor  da Constituições Jesuítas)

A Igreja Católica também lançou mão da Inquisição. Criada no século XIII, a Inquisição foi reformulada no século XVI para tentar controlar as ideias e manifestações contrárias aos dogmas católicos. O método consistia em julgar os suspeitos que eram denunciados através de testemunhas anônimas. Usavam torturas para tentar arrancar uma confissão do réu, que normalmente confessava mesmo sem ter cometido crime algum. Em 1542, o papa Paulo III autorizou o restabelecimento da Inquisição em Roma, organizando o Tribunal do Santo Ofício.

Cena da Inquisição na Fogueira de Savonarola, 1498

Em 1545 o  papa Paulo III criou o Concílio de Trento, importante conselho que se encarregou de reafirmas os dogmas católicos condenando as teologias protestantes. Neste evento foram confirmados o principio da salvação pela fé e boas obras, culto a Virgem Maria e aos Santos, a existência do purgatório, a infalibilidade papal, o celibato do clero, a manutenção da hierarquia eclesiástica e a indissolubilidade do casamento. O Concilio também reafirmava a Inquisição ou Tribunal do santo oficio, como instituição de combate aos hereges, e criou o Índex, uma lista de livros proibidos como forma de dificultar o progresso cultural e científico do mundo.
Texto escrito por Sarah Sharon

APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.

Questão 1: (IFG/GO) Sobre a Reforma Protestante e a Contrarreforma, ocorridas na Era Moderna, assinale a alternativa incorreta.

a) A Contrarreforma reanimou a fé católica e a conciliou com as práticas comerciais e a agiotagem desenvolvidas pela classe burguesa, valorizando a acumulação de bens.
b) A instrumentalização política da Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica concorreram decisivamente para as guerras religiosas dos séculos XVI e XVII.
c) A crise moral vivida pela Igreja Católica e os interesses políticos dos príncipes alemães foram fatores que concorreram para a Reforma Protestante.
d) Os conflitos religiosos na Europa e o expansionismo colonialista concorreram para a expansão do cristianismo em termos mundiais.
e) O calvinismo refletiu a convergência entre sociedade comercial ascendente e fé cristã.

Questão 2: (UFAL) Com a fragmentação do feudalismo, a Europa passou por transformações importantes nos seus hábitos e organização social. Na Inglaterra, houve lutas políticas e rompimento com a Igreja Católica. Era o anúncio de mudanças nas relações de poder. Na época do rei Henrique VIII, houve:

a) a fundação da Igreja Anglicana, inspirada nos ensinamentos dos sacerdotes que defendiam o fim do celibato e do batismo.
b) o fim da interferência da Igreja Católica no governo inglês, com a centralização maior da administração nas mãos do monarca.
c) a queda do poder da nobreza e mudanças na economia, com adoção, para o comércio, das soluções dos economistas clássicos.
d) as viagens marítimas para a América, a expansão militar da Inglaterra e uma descentralização administrativa.
e) o fim do sistema parlamentarista e a adoção do mercantilismo, condenando a escravidão e o livre comércio.

Questão 3: (UFV/MG) Assinale a alternativa que apresenta INCORRETAMENTE uma das características da Contrarreforma:

a) Estabelecimento de tribunais inquisitoriais para julgamento de práticas religiosas consideradas heréticas.
b) Criação de ordens religiosas no século XVI, que atuaram em missões católicas na Europa e fora do continente europeu.
c) Confirmação do papel da arte religiosa como instrumento utilizado no ensino das doutrinas católicas e no estímulo à devoção.
d) Reformulação da teologia com base na doutrina da salvação pela fé e no pensamento de Santo Agostinho.

Questão 4: (UEA/AM) A Igreja católica foi, em muitos aspectos, herdeira das tradições culturais do antigo Império Romano. Mas, na Igreja do século XVI, durante as Reformas Religiosas, surgiram novas instituições como

a) o Conselho dos Bispos e o Papado.
b) o Seminário e a Companhia de Jesus.
c) os Mosteiros e as Ordens Mendicantes.
d) a Opus Dei e a Inquisição.
e) o Conselho dos Leigos e a Ordem dos Templários

GABARITO:
1- a
2- b
3- d
4- b

BIBLIOGRAFIA:
Livro de História ser Protagonista.
Sites de Pesquisa:
Bibliografia dos exercícios:

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A crise do feudalismo (XIV/XV)

Introdução:


Feudalismo foi um tipo de organização política, social e econômica que ocorreu após a queda do Império Romano e inicio das invasões bárbaras (século V), caracterizando a Europa como uma sociedade ruralizada cujo poder era descentralizado na figura do senhor feudal, que estabelecia a relação com os indivíduos através da vassalagem (nobreza) e da servidão (camponeses). A Igreja Católica exercia o poder sobre a sociedade através da imposição religiosa e do controle.
O feudo era a unidade de produção do feudalismo e cercado por muros e com uma produção autossuficiente garantia a subsistência e proteção da população
Os camponeses, chamados de servos, estavam ligados a terra. Para viver no feudo, ofereciam sua força de trabalho aos senhores em troca de proteção e pagavam com o trabalho a segurança e a sobrevivência de suas famílias.
Entre os séculos XI e XV ocorreu uma série de transformações na Europa que contribuíram para a crise do feudalismo. Este período também foi chamado de Baixa Idade Média.

A crise no sistema feudal e a chegada da Idade Moderna:

Dentre estas transformações, podemos destacar: o aumento da produção nos feudos através de novas técnicas de cultivo, o renascimento comercial e urbano, a formação das monarquias nacionais, a Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e as revoltas camponesas.
No plano político, o poder do Estado era descentralizado, ou seja, os senhores feudais controlavam preços, pesos e leis. Com a crise do feudalismo estabelecida pelo fim das invasões bárbaras, pela saída dos camponeses do feudo, e do renascimento comercial e urbano, o Estado então passou a ser centralizado como forma de manter a nobreza no poder e o controle da população, sobretudo da classe burguesas nascente. Neste período surgiram os Estados Nacionais com fronteiras, moedas, leis, governo, língua comuns, onde o Rei passou a representar a figura máxima, assumindo um governo centralizado.
No plano econômico, a produção agrícola nos feudos determinada pelas novas técnicas de cultivo possibilitou o aumento da produção e a troca de excedentes entre camponeses nos burgos, fora dos muros dos feudos. Esta realidade contribuiu para o aumento da população e a saída de muitos camponeses do feudo. O renascimento urbano e comercial ocorrido nas cidades determinou o surgimento de uma nova classe: a burguesia, que auxiliou no crescimento comercial.
Em meio ao crescimento populacional e a falta de higiene nas cidades, a Peste Negra, uma doença mortal, atingiu de forma devastadora a Europa e matou a metade da população européia originando a crise do século XIV que causou a queda da produção de alimentos e uma grande crise econômica. Tal situação foi contornada com ação do Estado no monopólio da economia e investimento no mercantilismo. A consequente expansão marítima possibilitou a colonização de novas terras e novas rotas comerciais à Índia, reativando a vida econômica européia através da navegação no Oceano Atlântico, o chamado “Mar Tenebroso”.
No plano ideológico, a Igreja Católica continuava a dominar toda a sociedade e ampliou o poder de controle através da Inquisição como forma de ofuscar os novos valores e ideais surgidos a partir do Renascimento Cultural. A igreja passou a apoiar o rei reforçando o Absolutismo através do direito divino. O interesse político e econômico da Igreja Católica em detrimento dos interesses sociais e religiosos determinou o questionamento dos seus dogmas por Martin Lutero no século XVI, este fato deu origem ao surgimento da Reforma Protestante, onde novas igrejas cristãs passaram a disputar o cenário religioso com a Igreja Católica, mas esta já é outra História.

Texto escrito por Luis Felipe


QUESTÕES DA PROFESSORA CLARISSA F. R. BARROS

1) A partir do século XIII o feudalismo começa a entrar em um novo período caracterizado por Baixa Idade Média. Neste período ocorreram uma série de mudanças responsáveis por modificar a vida das pessoas no feudo, dando início a crise no feudalismo.
a)Cite três mudanças que ocorreram neste período.
b) Determine o papel das cidades durante a Baixa Idade Média.

2) Com o fim das invasões bárbaras na Europa, entre os séculos XI e XIV, a população européia experimentou um clima de maior segurança e, consequentemente, houve um aumento quantitativo desta população. Com relação a este período, assinale a alternativa correta:

a) O aumento de produção gerou problemas em relação as terras entre a nobreza resultando em guerras entre os feudos.
b) As invasões bárbaras retornaram e muitos camponeses que haviam saído dos feudos tiveram que retornar e viver sob o domínio do Senhor Feudal.
c) Houve um aumento da produção e desenvolvimento das atividades comerciais, com o restabelecimento das rotas com o oriente e o crescimento das cidades.
d) É um período marcado por grandes perdas na produção agrícola.
e) No final desse período, a Europa assistiu o retorno do Império Romano.

3) Uma das consequências da crise do feudalismo durante a Idade Média foi o fortalecimento do poder real em oposição ao domínio do senhor feudal. Explique por que o rei tornou-se o chefe político no processo de formação dos Estados Nacionais?

GABARITO:

1) a) Renascimento comercial e urbano, revoltas camponesas, surgimento da burguesia, aumento da produção agrícola que possibilitou a troca de excedentes. 
b) As cidades tiveram o papel central de agregar valores mercantis após o renascimento comercial e urbano, passando a ser o foco central das relações comerciais e do novo modo de vida surgido a partir da Idade Moderna.

2) Letra C

3) O rei se tornou o chefe político durante a formação dos Estados Nacionais a partir do controle militar e da relação com a nobreza e com a Igreja. Esta relação possibilitou a manutenção da nobreza no poder, e a ampliação dos domínios territoriais, garantindo o monopólio das novas relações econômicas estabelecidas através da crise do feudalismo através do Estado com leis, moedas e governo comum.