quarta-feira, 17 de abril de 2013

A crise do feudalismo (XIV/XV)

Introdução:


Feudalismo foi um tipo de organização política, social e econômica que ocorreu após a queda do Império Romano e inicio das invasões bárbaras (século V), caracterizando a Europa como uma sociedade ruralizada cujo poder era descentralizado na figura do senhor feudal, que estabelecia a relação com os indivíduos através da vassalagem (nobreza) e da servidão (camponeses). A Igreja Católica exercia o poder sobre a sociedade através da imposição religiosa e do controle.
O feudo era a unidade de produção do feudalismo e cercado por muros e com uma produção autossuficiente garantia a subsistência e proteção da população
Os camponeses, chamados de servos, estavam ligados a terra. Para viver no feudo, ofereciam sua força de trabalho aos senhores em troca de proteção e pagavam com o trabalho a segurança e a sobrevivência de suas famílias.
Entre os séculos XI e XV ocorreu uma série de transformações na Europa que contribuíram para a crise do feudalismo. Este período também foi chamado de Baixa Idade Média.

A crise no sistema feudal e a chegada da Idade Moderna:

Dentre estas transformações, podemos destacar: o aumento da produção nos feudos através de novas técnicas de cultivo, o renascimento comercial e urbano, a formação das monarquias nacionais, a Guerra dos Cem Anos, a Peste Negra e as revoltas camponesas.
No plano político, o poder do Estado era descentralizado, ou seja, os senhores feudais controlavam preços, pesos e leis. Com a crise do feudalismo estabelecida pelo fim das invasões bárbaras, pela saída dos camponeses do feudo, e do renascimento comercial e urbano, o Estado então passou a ser centralizado como forma de manter a nobreza no poder e o controle da população, sobretudo da classe burguesas nascente. Neste período surgiram os Estados Nacionais com fronteiras, moedas, leis, governo, língua comuns, onde o Rei passou a representar a figura máxima, assumindo um governo centralizado.
No plano econômico, a produção agrícola nos feudos determinada pelas novas técnicas de cultivo possibilitou o aumento da produção e a troca de excedentes entre camponeses nos burgos, fora dos muros dos feudos. Esta realidade contribuiu para o aumento da população e a saída de muitos camponeses do feudo. O renascimento urbano e comercial ocorrido nas cidades determinou o surgimento de uma nova classe: a burguesia, que auxiliou no crescimento comercial.
Em meio ao crescimento populacional e a falta de higiene nas cidades, a Peste Negra, uma doença mortal, atingiu de forma devastadora a Europa e matou a metade da população européia originando a crise do século XIV que causou a queda da produção de alimentos e uma grande crise econômica. Tal situação foi contornada com ação do Estado no monopólio da economia e investimento no mercantilismo. A consequente expansão marítima possibilitou a colonização de novas terras e novas rotas comerciais à Índia, reativando a vida econômica européia através da navegação no Oceano Atlântico, o chamado “Mar Tenebroso”.
No plano ideológico, a Igreja Católica continuava a dominar toda a sociedade e ampliou o poder de controle através da Inquisição como forma de ofuscar os novos valores e ideais surgidos a partir do Renascimento Cultural. A igreja passou a apoiar o rei reforçando o Absolutismo através do direito divino. O interesse político e econômico da Igreja Católica em detrimento dos interesses sociais e religiosos determinou o questionamento dos seus dogmas por Martin Lutero no século XVI, este fato deu origem ao surgimento da Reforma Protestante, onde novas igrejas cristãs passaram a disputar o cenário religioso com a Igreja Católica, mas esta já é outra História.

Texto escrito por Luis Felipe


QUESTÕES DA PROFESSORA CLARISSA F. R. BARROS

1) A partir do século XIII o feudalismo começa a entrar em um novo período caracterizado por Baixa Idade Média. Neste período ocorreram uma série de mudanças responsáveis por modificar a vida das pessoas no feudo, dando início a crise no feudalismo.
a)Cite três mudanças que ocorreram neste período.
b) Determine o papel das cidades durante a Baixa Idade Média.

2) Com o fim das invasões bárbaras na Europa, entre os séculos XI e XIV, a população européia experimentou um clima de maior segurança e, consequentemente, houve um aumento quantitativo desta população. Com relação a este período, assinale a alternativa correta:

a) O aumento de produção gerou problemas em relação as terras entre a nobreza resultando em guerras entre os feudos.
b) As invasões bárbaras retornaram e muitos camponeses que haviam saído dos feudos tiveram que retornar e viver sob o domínio do Senhor Feudal.
c) Houve um aumento da produção e desenvolvimento das atividades comerciais, com o restabelecimento das rotas com o oriente e o crescimento das cidades.
d) É um período marcado por grandes perdas na produção agrícola.
e) No final desse período, a Europa assistiu o retorno do Império Romano.

3) Uma das consequências da crise do feudalismo durante a Idade Média foi o fortalecimento do poder real em oposição ao domínio do senhor feudal. Explique por que o rei tornou-se o chefe político no processo de formação dos Estados Nacionais?

GABARITO:

1) a) Renascimento comercial e urbano, revoltas camponesas, surgimento da burguesia, aumento da produção agrícola que possibilitou a troca de excedentes. 
b) As cidades tiveram o papel central de agregar valores mercantis após o renascimento comercial e urbano, passando a ser o foco central das relações comerciais e do novo modo de vida surgido a partir da Idade Moderna.

2) Letra C

3) O rei se tornou o chefe político durante a formação dos Estados Nacionais a partir do controle militar e da relação com a nobreza e com a Igreja. Esta relação possibilitou a manutenção da nobreza no poder, e a ampliação dos domínios territoriais, garantindo o monopólio das novas relações econômicas estabelecidas através da crise do feudalismo através do Estado com leis, moedas e governo comum.

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